sexta-feira, 26 de julho de 2013

Cordelista Aurineide: Dia dos Avós

Cordelista Aurineide: Dia dos Avós: Simplesmente vovó                     É uma alegria imensa O fato de ser avó O coração se enche A garganta da um nó Os problema...

Dia dos Avós

Simplesmente vovó                    

É uma alegria imensa
O fato de ser avó
O coração se enche
A garganta da um nó
Os problemas esquece
Logo se rejuvenesce
Simplesmente ser avó.

Ainda mais se você
Não teve filha mulher
Agora chega a neta
Vai fazer o que quiser
Na casa ela é a princesa
Carrega tanta beleza
Pode fazer o que quer.

Com sua pele clarinha
E o cabelo cacheado
O olho também é claro
Tendo um tom azulado
Com seu jeitinho sapeca
Parecendo uma boneca
Seu lugar foi conquistado.

O avô quando a vê
Até vira uma criança
E eu vendo tudo isso
Encho-me de esperança
O passado vem á tona
Vejo-me uma gatona
Ao menos na lembrança.

Pelo nome de Natália
Ela foi assim chamada
Por todos foi acolhida
Portanto também amada
A neta do coração
Que tenho tanta afeição
Assim é considerada.

Ela já esta esperta
Andando pra todo lado
Repetindo as palavras
É tudo muito engraçado
Nesta fase de sua vida
Por ser a mais preferida
Eu quero deixar gravado.

Quando eu saio de casa
Pra algum canto viajar
Penso logo em um presente
Pra ela então comprar
E nunca volto sem nada
Quero ver sempre animada
Com seu olhinho a brilhar.

Quer-me ver bem feliz
É quando o dia amanhece
Ela chega à minha casa
Até a noite permanece
Sempre acha uma maneira
De me por na brincadeira
Faz acabar meu estresse.

E quando se aproxima
As férias do mês de julho
Sinto-me tão animada
Com um pouco de orgulho
Ela chega de repente
Como se fosse presente
Num lindo papel embrulho.

Gosto de dormir com ela
Balançando numa rede
Dou-lhe comida e água
Quando tem fome ou tem sede
Canto canção de ninar 
Fico a improvisar
Olhando para parede.

Sinto-me tão ansiosa
Pra chegar fim de semana
Só penso em sair com ela
E ter um dia bacana
Se estou com minha neta
Realizo uma meta
Sentindo-me mais humana.

Ela está tão sabida
Até frase quer formar:
_Vo-vó eu te a-mo!
Vai dizendo a me olhar
Eu fico tão orgulhosa
Vendo que está tão mimosa
Vou correndo te abraçar!
                                               
Agora ela faz birra
E já sabe dizer não
Aprendeu bem direitinho
Conquistar meu coração
Com o avô é um barato
Ela faz gato e sapato
Segurando em sua mão.

Tá na fase curiosa
Mexe em tudo que vê
Quando há algo diferente
Ela procura entender
Por ser tão inteligente
Deixa-me muito contente
Eu já explico o porquê.

Essa menininha fez
Alegrar meu coração
Erguer minha cabeça
E sair da depressão
Também rejuvenescer
Para vê-la então crescer
Trouxe-me tanta emoção!

Não foi somente comigo
Que isso tudo aconteceu
Vejo que na família
Esperança reviveu
Ela traz tanta alegria
Que a todos contagia
Desde o dia que nasceu.

Na terra venho pousar
Anjo de nosso senhor
Tão meiga e delicada
Amparada pelo amor
Linda como uma princesa
Incandescente beleza
A mais preciosa flor.

Dedico a ti estes versos
Enquanto tenho memória
Lembrando momentos bons
Gravo meu nome na história
Aurineide é a vovó
Depois nunca ficou só
Onde for levo essa glória.

Autora: Aurineide Alencar , Assunção-Py, Julho de 2013.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Cordelista Aurineide: DIVULGAÇÃO DE CORDÉIS NA CIDADE DE ASSUNÇÃO,PY

Cordelista Aurineide: DIVULGAÇÃO DE CORDÉIS NA CIDADE DE ASSUNÇÃO,PY: Turma de mestrado da UNIBE, (UNIVERSIDAD IBEROAMERICA), na qual encontra-se pessoas de...

DIVULGAÇÃO DE CORDÉIS NA CIDADE DE ASSUNÇÃO,PY














Turma de mestrado da UNIBE, (UNIVERSIDAD IBEROAMERICA), na qual encontra-se pessoas de vários estados brasileiros: GO, RS, RJ, PR, BA, AM, MG, PE, MS, ES e DF. Vejam amigos, e eu estou no meio deles divulgando os meus cordéis! E tem mais! Dando autógrafos! rsrsrrsrsrssr Em Assunncón, Py. Estou ficando internacional! rsrsrrssrr

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Cordelista Aurineide: CASAMENTO

Cordelista Aurineide: CASAMENTO:   OS QUATRO HOMENS DA MINHA VIDA Dois casamentos e um único amor Toda laranja tem sua banda Diz um dito popular Eu ...

CASAMENTO


  OS QUATRO HOMENS DA MINHA VIDA



Dois casamentos e um único amor

Toda laranja tem sua banda
Diz um dito popular
Eu vou contar pra vocês
Como consegui achar
Andei milhares de léguas
Até a minha encontrar.

E depois desse percurso
Parece até brincadeira
O destino assim quis
A história é verdadeira
Estava escrita nas estrelas
Não havia outra maneira.

Isso foi mês de agosto
Do ano 83
Do Nordeste para cá
Meus pais partiram de vez
Traziam seus oito filhos
Vejam só o que ele fez.

Encontrou com o seu primo
Que há muito tempo não via
Sem saber que era ali
Que uma teia tecia
Porque ele tinha um filho
Que sua filha queria.

E depois de alguns meses
Logo aconteceu um fato
Foi no dia que eu
Apaixonei-me pelo retrato
Minha prima apresentou
Pois tinha feito um trato.

Conheci pessoalmente
O primo de segundo grau
Isso não faz diferença
Para quem ama não faz mal
E desse tempo pra cá
Nós formamos um casal.

O período de 4 anos
Com muita dificuldade
O que o namoro durou
Mais com cartas na verdade
Porque ele trabalhava
Era em outra cidade.

Quando encontra problemas
Jovens não quer discutir
Nesse momento nós dois
Decidimos então fugir
Começamos nossa vida
Lá na Itamarati.

Depois oficializamos
Pra atender a nossos pais
O casamento civil
Estava bom por demais
Não somamos tudo aqui
Nossas vidas conjugais.

Vivemos dificuldades
Período de adaptação
Acontece a qualquer um
Ninguém vai dizer que não
Mas pra gente ser feliz
Oficializa a União.

Logo em seguida vem
Como passe de magia
A primeira gravidez
Para nossa alegria
Para ver nosso bebê
Contava as horas e os dias.

Alysson crescia feliz
Mas pedia um irmão
Sentia-se muito sozinho
Brincava na solidão
Foi aí que Deus mandou
O outro bebê então.
  
Era o José Alan
Muito alegre e faceiro
Desde pequeno que ele
Brincava pelos terreiros
Achava que nosso menino
Ia ser o derradeiro.

Mudamos com a família
Pra cidade de Dourados
Só pensando em nossos filhos
Serem um dia, formados.
Ter carreira promissora
E um futuro reservado.

Ao mudar para cá
Nossa família aumentou
Ao nascer mais um bebê
Que Alex se chamou
Meu Deus me fez tão feliz
Meu sonho realizou.

O de ter uma família
Tão linda e abençoada
Sendo por todos bem quista
Um exemplo a ser citada
Neste momento em que tantas
Vivem desestruturadas.

Hoje o Alysson já cresceu
Por sinal já está casado
Já me deu tanto orgulho
Trabalha e está formado
Toda mãe queria ter
Um filho tão educado.

O Alan está rapaz
Não casou, mas vai casar.
É um moço esforçado
Só faz para agradar
Sendo igual a mim em tanto
Só pode me orgulhar.

O Alex é o “caçula”
Faz de nós o que bem quer
Ele é grande e é pequeno
Conforme lhe convier
Vai depender do assunto
E do lugar que tiver.
  
Aline é quase filha
Pois é a nossa nora
Amamos do mesmo jeito
Ela é nossa agora
Juntando nosso sangue
Que irá seguir a fora.

Ariele a nora II
Também uma filha é
Ainda não está casada
Mas mesmo se estiver
Não a diferenciamos
Se assim ela quiser.

Natalia é a neta
Querida do coração
Garante nossa história
Segue nossa geração
Diz ao mundo que lá atrás
Houve uma grande paixão.

Os meus pais e meus irmãos
Eu agradeço também
Pois sem eles nessa vida
Eu não seria ninguém
Desde o dia em nasci
Até o adeus amém.

Os meus sogros e cunhados
Todos foram importantes
Sobrinhos, primos e tios
Os parentes mais distantes
Os amigos mais chegados
E até mesmo os intrigantes.

Superamos obstáculos
O amor vence barreiras
Em tantas idas e vindas
Levamos na brincadeira
Se me pergunta eu digo
Coloco na algibeira.

Hoje 25 anos
Dessa união se faz
Pra refazer nossas juras
Não temos mais nossos pais
Agora são nossos filhos
Une-nos cada vez mais.

Eu aprendi com você
Você aprendeu comigo
Além de meu companheiro
Deu-me casa e abrigo
Sempre esteve do meu lado
Defendendo do perigo.

Este homem que eu falo
O seu nome é José
Porém para os amigos
O apelido é Zé
Com ele quero viver
Até quando Deus quiser.

Nossa vida muito simples
Dava até uma história
Porque apesar de tudo
Podemos vencer com glória
Ficaram só as lembranças
Guardada em nossa memória.

As quais sempre eu agradeço
Ao meu bom Jesus do céu
Que comprovo mostrando
Nos versos deste cordel
Pois com ele eu cruzo o mundo
Viajando num batel.

Aconteceu com nós dois
Lutamos para vencer
E pelos nossos filhos
Nada nos fez decrescer
Conforme o tempo passava
A família aumentava
Religiosa acrescer.

Autora: Aurineide Alencar, 11/07/13

















sexta-feira, 5 de julho de 2013

Cordelista Aurineide: A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU

Cordelista Aurineide: A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU: Título: A chegada de Lampião no Céu Autor: Guaipuan Vieira Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas Idioma: Português Instituição: ...

A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU

Título: A chegada de Lampião no Céu

Autor: Guaipuan Vieira
Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas
Idioma: Português
Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel
1ª Edição: 1997 8ª Edição: 2005
Gravação: 2005 Repentistas: Antônio Jocélio e Zé Vicente

A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU

Autor: Guaipuan Vieira

Foi numa Semana Santa
Tava o céu em oração
São Pedro estava na porta
Refazendo anotação
Daqueles santos faltosos
Quando chegou Lampião.

Pedro pulou da cadeira
Do susto que recebeu
Puxou as cordas do sino
Bem forte nele bateu
Uma legião de santos
Ao seu lado apareceu.

São Jorge chegou na frente
Com sua lança afiada
Lampião baixou os óculos
Vendo aquilo deu risada
Pedro disse: Jorge expulse
Ele da santa morada.

E tocou Jorge a corneta
Chamando sua guarnição
Numa corrente de força
Cada santo em oração
Pra que o santo Pai Celeste
Não ouvisse a confusão.

O pilotão apressado
Ligeiro marcou presença
Pedro disse a Lampião:
Eu lhe peço com licença
Saia já da porta santa
Ou haverá desavença.

Lampião lhe respondeu:
Mas que santo é o senhor?
Não aprendeu com Jesus
Excluir ódio e rancor?...
Trago paz nesta missão
Não precisa ter temor.

Disse Pedro isso é blasfêmia
É bastante astucioso
Pistoleiro e cangaceiro
Esse povo é impiedoso
Não ganharão o perdão
Do santo Pai Poderoso

Inda mais tem sua má fama
Vez por outra comentada
Quando há um julgamento
Duma alma tão penada
Porque fora violenta
Em sua vida é baseada.

- Sei que sou um pecador
O meu erro reconheço
Mas eu vivo injustiçado
Um julgamento eu mereço
Pra sanar as injustiças
Que só me causam tropeço.

Mas isso não faz sentido
Falou São Pedro irritado
Por uma tribuna livre
Você aqui foi julgado
E o nosso Onipotente
Deu seu caso encerrado.

- Como fazem julgamento
Sem o réu estar presente?
Sem ouvir sua defesa?
Isso é muito deprimente
Você Pedro está mentindo
Disso nunca esteve ausente.

Sobre o batente da porta
Pedro bateu seu cajado
De raiva deu um suspiro
E falou muito exaltado:
Te excomungo Virgulino
Cangaceiro endiabrado.

Houve um grande rebuliço
Naquele exato momento
São Jorge e seus guerreiros
Cada qual mais violento
Gritaram pega o jagunço
Ele aqui não tem talento.

Lampião vendo o afronto
Naquela santa morada
Disse: Deus não está sabendo
Do que há na santarada
Bateu mão no velho rifle
Deu pra cima uma rajada.

O pipocado de bala
Vomitado pelo cano
Clareou toda a fachada
Do reino do Soberano
A guarnição assombrada
Fez Pedro mudar de plano.

Em um quarto bem acústico
Nosso Senhor repousava
O silêncio era profundo
Que nada estranho notava
Sem dúvida o Pai Celeste
Um cansaço demonstrava.

Pedro já desesperado
Ligeiro chamou São João
Lhe disse sobressaltado:
Vá chamar Cícero Romão
Pra acalmar seu afilhado
Que só causa confusão.

Resmungando bem baixinho
Pra raiva poder conter
Falou para Santo Antônio:
Não posso compreender
Este padre não é santo
O que aqui veio fazer?!

Disse Antônio: fale baixo
De José é convidado
Ele aqui ganhou adeptos
Por ser um padre adorado
No Nordeste brasileiro
Onde é “santificado”.

Padre Cícero experiente
Recolheu-se ao aposento
Fingindo não saber nada
Um plano traçava atento
Pra salvar seu afilhado
Daquele acontecimento.

Logo João bateu na porta
Lhe transmitindo o recado
Cícero disse: vá na frente
Fique despreocupado
Diga a Pedro que se acalme
Isso já será sanado.

Alguns minutos o padre
Com uma Bíblia na mão
Ao ver Pedro lhe indagou:
O que há para aflição?
Quem lá fora tenta entrar
E também um ser cristão.

São Pedro disse: absurdo
Que terminou de falar
Mas Cícero foi taxativo:
Vim a confusão sanar
Só escute o réu primeiro
Antes de você julgar.

Não precisa ele entrar
Nesta sagrada mansão
O receba na guarita
Onde fica a guarnição
Com certeza há muitos anos
Nos busca aproximação.

Vou abrir esta exceção
Falou Pedro insatisfeito
O nosso reino sagrado
Merece muito respeito
Virou-se para São Paulo:
Vá buscar este sujeito.

Lampião tirou o chapéu
Descalço também ficou
Avistando o seu padrinho
Aos seus pés se ajoelhou
O encontro foi marcante
De emoção Pedro chorou

Ao ver Pedro transformado
Levantou-se e foi dizendo:
Sou um homem injustiçado
E por isso estou sofrendo
Circula em torno de mim
Só mesmo o lado ruim
Como herói não estão me vendo.

Sou o Capitão Virgulino
Guerrilheiro do sertão
Defendi o nordestino
Da mais terrível aflição
Por culpa duma polícia
Que promovia malícia
Extorquindo o cidadão.

Por um cruel fazendeiro
Foi meu pai assassinado
Tomaram dele o dinheiro
De duro serviço honrado
Ao vingar a sua morte
O destino em má sorte
Da “lei” me fez um soldado.

Mas o que devo a visita
Pedro fez indagação
Lampião sem bater vista:
Vê padim Ciço Romão
Pra antes do ano novo
Mandar chuva pro meu povo
Você só manda trovão

Pedro disse: é malcriado
Nem o diabo lhe aceitou
Saia já seu excomungado
Sua hora já esgotou
Volte lá pro seu Nordeste
Que só o cabra da peste
Com você se acostumou.

FIM

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Cordelista Aurineide: A CARTA DO PISTOLEIRO MAINHA À SOCIEDADE

Cordelista Aurineide: A CARTA DO PISTOLEIRO MAINHA À SOCIEDADE: Título: A Carta do Pistoleiro Mainha à Sociedade Autor: Guaipuan Vieira Categoria: Literatura de Cordel - 29 estrofes – 8 páginas Idioma:...

A CARTA DO PISTOLEIRO MAINHA À SOCIEDADE

Título: A Carta do Pistoleiro Mainha à Sociedade
Autor: Guaipuan Vieira
Categoria: Literatura de Cordel - 29 estrofes – 8 páginas
Idioma: Português
Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel
1ª Edição: 1998 2ª Edição: 1998 /3ª edição:1999
Gravação:
Estilo: Carta

A CARTA DO PISTOLEIRO MAINHA À SOCIEDADE

Autor: Guaipuan Vieira

Eu escrevi um folheto
De grande repercussão
A respeito de Mainha
E sobre a sua prisão
Cujo folheto atingiu
A sua quinta edição.

Por causa disso Mainha
Me mandou uma mensagem
E nela naturalmente
Salvaguarda sua imagem
Dizendo que não é rico
A custa de pistolagem.

Eu recebi a mensagem
Enviada por Mainha
E garanto aos meus leitores
Que não é invenção minha
Porque eu sou um poeta
Que nunca fugiu da linha.

O recado que transcrevo
Só mudei mesmo o estilo
Pois eu transformei em versos
Sem guardar nenhum sigilo
Transcrevo o que me foi dito
Portanto eu fico tranquilo.

Ao tomar conhecimento
Do que andei escrevendo
O detento com razão
Escreveu se defendendo
Me enviando a mensagem
Que assim começo dizendo:

-"As duas grandes famílias
Com muito orgulho pertenço
Aos Maias pelo meu pai
Que sempre teve bom senso
Da mamãe herdei Diógenes
Que tem um padrão imenso.

Muitos pensam que eu sou
Um terrível pistoleiro
Um sujeito endiabrado
Perverso e arruaceiro
Pensam que eu sou também
Um filho de cangaceiro.

A mente do nosso povo
Muitas vezes é enganada
Com especialidade
Quando é mal informada
E a vítima com as notícias
É a mais prejudicada.

Eu nunca fui pistoleiro
A todos posso provar
Se matei foi por vingança
Assunto particular
Pistoleiro que eu saiba
É pago para matar.

Se eu fosse perigoso
Não teria sido preso
Pois cabra desta maneira
Tem o olhar bem aceso
Tem ouvidos de tiú
Ninguém o pega indefeso.

O bandido perigoso
de tudo está informado
Pra isto paga coiteiro
Anda muito bem armado
Nunca é preso sempre é morto
Dentro dum fogo cruzado.

Na noite em qu'eu fui preso
Pelo senhor delegado
Não reagi à prisão
Nem também estava armado
E é a pura verdade
Conforme foi constatado.

Mesmo assim a própria imprensa
Que na minha casa andou
Pesquisando a minha vida
de tudo se inteirou
Porém me deram uma fama
Que só me prejudicou.

O bandido foragido
Muda a sua identidade
Abandona a sua terra
Parte pra outra cidade
Mesmo assim vive escondido
Garantindo a liberdade.

Com então sou foragido
Se tenho a minha morada
Nela vivo com meus filhos
E minha mulher amada
Que vive sempre com medo
De eu morrer numa cilada.

Eu vivo a minha vida
De vaqueiro e agricultor
Derrubando o gado bravo
No sertão abrasador
Na fazenda de Diógenes
O meu "pai" meu protetor.

Pois seu Chiquinho Diógenes
Gostava de viajar
Para ver Exposições
Do gado bem exemplar
E quando comprava alguns
Eu sempre ia buscar.

Esta é a tal razão
De a polícia vir dizer
Que eu era um foragido
Por muitos crimes dever
Coisa que não é verdade
Todos vocês podem crer.

O crime que pratiquei
Já está esclarecido
Se matei foi por vingança
Não estou arrependido
Só dei fim no assassino
Que matou meu "pai"querido.

Pois Chiquinho para mim
Era um verdadeiro pai
Hoje quando penso nele
Meu coração se contrai
E o seu assassinato
Da cabeça não me sai.

Então digo pros senhores:
Cada uma traz uma sina
Uma que dá alegria
E outra que se arruína
Tudo depende da sorte
É ela quem determina.

Mesmo um homem sendo bom
Muitas vezes é vitimado
Pra expiar seus pecados
Carrega um fardo pesado
É um bode expiatório
Ou um desafortunado.

Pra carregar este fardo
O destino me escolheu
Como prova uma campanha
Que um grupo promoveu
Me jogou contra o povo
E só fui eu quem perdeu.

Eu perdi pelo seguinte:
Hoje tenho uma má fama
Ninguém acredita em mim
Todo mundo me difama
E querem me afogar
Num oceano de lama.

Já falei aqui do crime
Que pratiquei por vingança
Por ele estou amargando
Numa cela em segurança
Esperando a liberdade
Porque tenho confiança.

Quero voltar ao convívio
Da minha santa morada
Para rever os meus filhos
E minha mulher amada
Que certamente está triste
E chorando inconformada.

Pistoleiro perigoso
É o chefe da Nação
Que mata de fome e à bala
Parte da população
Ele é quem devia estar
Sofrendo numa prisão.

Sou um bode expiatório
Por um grupo fabricado
Que talvez este é quem seja
O bandido procurado
Que sempre vive julgando
E nunca quer ser julgado.

-Termino assim a mensagem
Enviada por Mainha
Repito o que disse antes:
Que não é invenção minha
Todos sabem que eu sou
Um cordelista de linha.
Fim

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Cordelista Aurineide: PUBLICAÇÃO EM ANTOLOGIA

Cordelista Aurineide: PUBLICAÇÃO EM ANTOLOGIA: Galera! Mais uma conquista! Dois cordéis publicados na Antologia de Outono da Big Time Editora.   Moreno                  ...

PUBLICAÇÃO EM ANTOLOGIA

Galera! Mais uma conquista! Dois cordéis publicados na Antologia de Outono da Big Time Editora.  









Moreno                                    

Essa história começou
Num lugar longe daqui
Um viralejo pequeno
De nome Itamarati
E escrevê-la em versos
A um garoto eu prometi.

Lá vivia um casal
Que era muito feliz
Com seus dois filhos pequenos
Foi assim porque Deus quis
Então veja atentamente
O que a história diz.

(...)

Amor e paz é seu lema
Luta pra vencer na vida
Leva os estudos a sério
Encara qualquer partida
Então eu fiz para ele
Xácara muito divertida.
  
Honestamente te falo
Enquanto versos eu encerro
Não eduque o seu filho
Rigorosamente aos berros
Isso prejudica tanto
Que o coração vira ferro.

Autora: Aurineide Alencar






Sem limites 
                                 
Tem aluno que nem pensa
Vir à escola estudar
No dia que ele vem
É mesmo pra bagunçar
Mexe com toda a sala
Quer ver o fogo pegar.

Ele fala tanto nome
São palavras obscenas
Na classe sempre quer ser
Protagonista da cena
Pra uns ele é o máximo
Mas pra outros causa pena.

Tem uns que são revoltados
Chega causar até dó
Quando escuta o colega
Da venta lhe sai um pó
Fica brabo como um tigre
Parece até catimbó.

(...)

Aqui fiz este lamento
Uma angústia entalada
Rascunho de uma vida
Infelizmente frustrada
Numa profissão que antes
Era bem valorizada
Isso hoje é um terror
Depois de ser professor
Estou tão desamparada.

Autora: Aurineide Alencar.                     


 Adquiram os livros da  Big Time Editora e leiam os cordéis do começo ao fim , como também as obras dos outros autores.