sexta-feira, 26 de julho de 2013
Cordelista Aurineide: Dia dos Avós
Cordelista Aurineide: Dia dos Avós: Simplesmente vovó É uma alegria imensa O fato de ser avó O coração se enche A garganta da um nó Os problema...
Dia dos Avós
Simplesmente vovó
É
uma alegria imensa
O
fato de ser avó
O
coração se enche
A
garganta da um nó
Os
problemas esquece
Logo
se rejuvenesce
Simplesmente
ser avó.
Ainda
mais se você
Não
teve filha mulher
Agora
chega a neta
Vai
fazer o que quiser
Na
casa ela é a princesa
Carrega
tanta beleza
Pode
fazer o que quer.
Com
sua pele clarinha
E
o cabelo cacheado
O
olho também é claro
Tendo
um tom azulado
Com
seu jeitinho sapeca
Parecendo
uma boneca
Seu
lugar foi conquistado.
O
avô quando a vê
Até
vira uma criança
E
eu vendo tudo isso
Encho-me
de esperança
O
passado vem á tona
Vejo-me
uma gatona
Ao
menos na lembrança.
Pelo
nome de Natália
Ela
foi assim chamada
Por
todos foi acolhida
Portanto
também amada
A
neta do coração
Que
tenho tanta afeição
Assim
é considerada.
Ela
já esta esperta
Andando
pra todo lado
Repetindo
as palavras
É
tudo muito engraçado
Nesta
fase de sua vida
Por
ser a mais preferida
Eu
quero deixar gravado.
Quando
eu saio de casa
Pra
algum canto viajar
Penso
logo em um presente
Pra
ela então comprar
E
nunca volto sem nada
Quero
ver sempre animada
Com
seu olhinho a brilhar.
Quer-me
ver bem feliz
É
quando o dia amanhece
Ela
chega à minha casa
Até
a noite permanece
Sempre
acha uma maneira
De
me por na brincadeira
Faz
acabar meu estresse.
E
quando se aproxima
As
férias do mês de julho
Sinto-me
tão animada
Com
um pouco de orgulho
Ela
chega de repente
Como
se fosse presente
Num
lindo papel embrulho.
Gosto
de dormir com ela
Balançando
numa rede
Dou-lhe
comida e água
Quando
tem fome ou tem sede
Canto
“ canção de ninar ”
Fico
a improvisar
Olhando
para parede.
Sinto-me
tão ansiosa
Pra
chegar fim de semana
Só
penso em sair com ela
E
ter um dia bacana
Se
estou com minha neta
Realizo
uma meta
Sentindo-me
mais humana.
Ela
está tão sabida
Até
frase quer formar:
_Vo-vó
eu te a-mo!
Vai
dizendo a me olhar
Eu
fico tão orgulhosa
Vendo
que está tão mimosa
Vou
correndo te abraçar!
Agora
ela faz birra
E
já sabe dizer não
Aprendeu
bem direitinho
Conquistar
meu coração
Com
o avô é um barato
Ela
faz gato e sapato
Segurando
em sua mão.
Tá
na fase curiosa
Mexe
em tudo que vê
Quando
há algo diferente
Ela
procura entender
Por
ser tão inteligente
Deixa-me
muito contente
Eu
já explico o porquê.
Essa
menininha fez
Alegrar
meu coração
Erguer
minha cabeça
E
sair da depressão
Também
rejuvenescer
Para
vê-la então crescer
Trouxe-me
tanta emoção!
Não
foi somente comigo
Que
isso tudo aconteceu
Vejo
que na família
Esperança
reviveu
Ela
traz tanta alegria
Que
a todos contagia
Desde
o dia que nasceu.
Na
terra venho pousar
Anjo
de nosso senhor
Tão
meiga e delicada
Amparada
pelo amor
Linda
como uma princesa
Incandescente
beleza
A mais preciosa flor.
Dedico
a ti estes versos
Enquanto
tenho memória
Lembrando
momentos bons
Gravo
meu nome na história
Aurineide
é a vovó
Depois
nunca ficou só
Onde
for levo essa glória.
Autora:
Aurineide Alencar , Assunção-Py, Julho de 2013.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Cordelista Aurineide: DIVULGAÇÃO DE CORDÉIS NA CIDADE DE ASSUNÇÃO,PY
Cordelista Aurineide: DIVULGAÇÃO DE CORDÉIS NA CIDADE DE ASSUNÇÃO,PY: Turma de mestrado da UNIBE, (UNIVERSIDAD IBEROAMERICA), na qual encontra-se pessoas de...
DIVULGAÇÃO DE CORDÉIS NA CIDADE DE ASSUNÇÃO,PY
Turma de mestrado da UNIBE, (UNIVERSIDAD IBEROAMERICA), na qual encontra-se pessoas de vários estados brasileiros: GO, RS, RJ, PR, BA, AM, MG, PE, MS, ES e DF. Vejam amigos, e eu estou no meio deles divulgando os meus cordéis! E tem mais! Dando autógrafos! rsrsrrsrsrssr Em Assunncón, Py. Estou ficando internacional! rsrsrrssrr
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Cordelista Aurineide: CASAMENTO
Cordelista Aurineide: CASAMENTO: OS QUATRO HOMENS DA MINHA VIDA Dois casamentos e um único amor Toda laranja tem sua banda Diz um dito popular Eu ...
CASAMENTO
Dois casamentos e um
único amor
Toda
laranja tem sua banda
Diz
um dito popular
Eu
vou contar pra vocês
Como
consegui achar
Andei
milhares de léguas
Até
a minha encontrar.
E
depois desse percurso
Parece
até brincadeira
O
destino assim quis
A
história é verdadeira
Estava
escrita nas estrelas
Não
havia outra maneira.
Isso
foi mês de agosto
Do
ano 83
Do
Nordeste para cá
Meus
pais partiram de vez
Traziam
seus oito filhos
Vejam
só o que ele fez.
Encontrou
com o seu primo
Que
há muito tempo não via
Sem
saber que era ali
Que
uma teia tecia
Porque
ele tinha um filho
Que
sua filha queria.
E
depois de alguns meses
Logo
aconteceu um fato
Foi
no dia que eu
Apaixonei-me
pelo retrato
Minha
prima apresentou
Pois
tinha feito um trato.
Conheci
pessoalmente
O
primo de segundo grau
Isso
não faz diferença
Para
quem ama não faz mal
E
desse tempo pra cá
Nós
formamos um casal.
O
período de 4 anos
Com
muita dificuldade
O
que o namoro durou
Mais
com cartas na verdade
Porque
ele trabalhava
Era
em outra cidade.
Quando
encontra problemas
Jovens
não quer discutir
Nesse
momento nós dois
Decidimos
então fugir
Começamos
nossa vida
Lá
na Itamarati.
Depois
oficializamos
Pra
atender a nossos pais
O
casamento civil
Estava
bom por demais
Não
somamos tudo aqui
Nossas
vidas conjugais.
Vivemos
dificuldades
Período
de adaptação
Acontece
a qualquer um
Ninguém
vai dizer que não
Mas
pra gente ser feliz
Oficializa
a União.
Logo
em seguida vem
Como
passe de magia
A
primeira gravidez
Para
nossa alegria
Para
ver nosso bebê
Contava
as horas e os dias.
Alysson
crescia feliz
Mas
pedia um irmão
Sentia-se
muito sozinho
Brincava
na solidão
Foi
aí que Deus mandou
O
outro bebê então.
Era
o José Alan
Muito
alegre e faceiro
Desde
pequeno que ele
Brincava
pelos terreiros
Achava
que nosso menino
Ia
ser o derradeiro.
Mudamos
com a família
Pra
cidade de Dourados
Só
pensando em nossos filhos
Serem
um dia, formados.
Ter
carreira promissora
E
um futuro reservado.
Ao
mudar para cá
Nossa
família aumentou
Ao
nascer mais um bebê
Que
Alex se chamou
Meu
Deus me fez tão feliz
Meu
sonho realizou.
O
de ter uma família
Tão
linda e abençoada
Sendo
por todos bem quista
Um
exemplo a ser citada
Neste
momento em que tantas
Vivem
desestruturadas.
Hoje
o Alysson já cresceu
Por
sinal já está casado
Já
me deu tanto orgulho
Trabalha
e está formado
Toda
mãe queria ter
Um
filho tão educado.
O
Alan está rapaz
Não
casou, mas vai casar.
É
um moço esforçado
Só
faz para agradar
Sendo
igual a mim em tanto
Só
pode me orgulhar.
O
Alex é o “caçula”
Faz
de nós o que bem quer
Ele
é grande e é pequeno
Conforme
lhe convier
Vai
depender do assunto
E
do lugar que tiver.
Aline
é quase filha
Pois
é a nossa nora
Amamos
do mesmo jeito
Ela
é nossa agora
Juntando
nosso sangue
Que
irá seguir a fora.
Ariele
a nora II
Também
uma filha é
Ainda
não está casada
Mas
mesmo se estiver
Não
a diferenciamos
Se
assim ela quiser.
Natalia
é a neta
Querida
do coração
Garante
nossa história
Segue
nossa geração
Diz
ao mundo que lá atrás
Houve
uma grande paixão.
Os
meus pais e meus irmãos
Eu
agradeço também
Pois
sem eles nessa vida
Eu
não seria ninguém
Desde
o dia em nasci
Até
o adeus amém.
Os
meus sogros e cunhados
Todos
foram importantes
Sobrinhos,
primos e tios
Os
parentes mais distantes
Os
amigos mais chegados
E
até mesmo os intrigantes.
Superamos
obstáculos
O
amor vence barreiras
Em
tantas idas e vindas
Levamos
na brincadeira
Se
me pergunta eu digo
Coloco
na algibeira.
Hoje
25 anos
Dessa
união se faz
Pra
refazer nossas juras
Não
temos mais nossos pais
Agora
são nossos filhos
Une-nos
cada vez mais.
Eu
aprendi com você
Você
aprendeu comigo
Além
de meu companheiro
Deu-me
casa e abrigo
Sempre
esteve do meu lado
Defendendo
do perigo.
Este
homem que eu falo
O
seu nome é José
Porém
para os amigos
O
apelido é Zé
Com
ele quero viver
Até
quando Deus quiser.
Nossa
vida muito simples
Dava
até uma história
Porque
apesar de tudo
Podemos
vencer com glória
Ficaram
só as lembranças
Guardada
em nossa memória.
As
quais sempre eu agradeço
Ao
meu bom Jesus do céu
Que
comprovo mostrando
Nos
versos deste cordel
Pois
com ele eu cruzo o mundo
Viajando
num batel.
Aconteceu com nós dois
Lutamos para vencer
E pelos nossos filhos
Nada nos fez decrescer
Conforme o tempo passava
A família aumentava
Religiosa acrescer.
Autora:
Aurineide Alencar, 11/07/13
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Cordelista Aurineide: A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU
Cordelista Aurineide: A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU: Título: A chegada de Lampião no Céu Autor: Guaipuan Vieira Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas Idioma: Português Instituição: ...
A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU
Título: A chegada de Lampião no Céu
Autor: Guaipuan Vieira
Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas
Idioma: Português
Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel
1ª Edição: 1997 8ª Edição: 2005
Gravação: 2005 Repentistas: Antônio Jocélio e Zé Vicente
A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU
Autor: Guaipuan Vieira
Foi numa Semana Santa
Tava o céu em oração
São Pedro estava na porta
Refazendo anotação
Daqueles santos faltosos
Quando chegou Lampião.
Pedro pulou da cadeira
Do susto que recebeu
Puxou as cordas do sino
Bem forte nele bateu
Uma legião de santos
Ao seu lado apareceu.
São Jorge chegou na frente
Com sua lança afiada
Lampião baixou os óculos
Vendo aquilo deu risada
Pedro disse: Jorge expulse
Ele da santa morada.
E tocou Jorge a corneta
Chamando sua guarnição
Numa corrente de força
Cada santo em oração
Pra que o santo Pai Celeste
Não ouvisse a confusão.
O pilotão apressado
Ligeiro marcou presença
Pedro disse a Lampião:
Eu lhe peço com licença
Saia já da porta santa
Ou haverá desavença.
Lampião lhe respondeu:
Mas que santo é o senhor?
Não aprendeu com Jesus
Excluir ódio e rancor?...
Trago paz nesta missão
Não precisa ter temor.
Disse Pedro isso é blasfêmia
É bastante astucioso
Pistoleiro e cangaceiro
Esse povo é impiedoso
Não ganharão o perdão
Do santo Pai Poderoso
Inda mais tem sua má fama
Vez por outra comentada
Quando há um julgamento
Duma alma tão penada
Porque fora violenta
Em sua vida é baseada.
- Sei que sou um pecador
O meu erro reconheço
Mas eu vivo injustiçado
Um julgamento eu mereço
Pra sanar as injustiças
Que só me causam tropeço.
Mas isso não faz sentido
Falou São Pedro irritado
Por uma tribuna livre
Você aqui foi julgado
E o nosso Onipotente
Deu seu caso encerrado.
- Como fazem julgamento
Sem o réu estar presente?
Sem ouvir sua defesa?
Isso é muito deprimente
Você Pedro está mentindo
Disso nunca esteve ausente.
Sobre o batente da porta
Pedro bateu seu cajado
De raiva deu um suspiro
E falou muito exaltado:
Te excomungo Virgulino
Cangaceiro endiabrado.
Houve um grande rebuliço
Naquele exato momento
São Jorge e seus guerreiros
Cada qual mais violento
Gritaram pega o jagunço
Ele aqui não tem talento.
Lampião vendo o afronto
Naquela santa morada
Disse: Deus não está sabendo
Do que há na santarada
Bateu mão no velho rifle
Deu pra cima uma rajada.
O pipocado de bala
Vomitado pelo cano
Clareou toda a fachada
Do reino do Soberano
A guarnição assombrada
Fez Pedro mudar de plano.
Em um quarto bem acústico
Nosso Senhor repousava
O silêncio era profundo
Que nada estranho notava
Sem dúvida o Pai Celeste
Um cansaço demonstrava.
Pedro já desesperado
Ligeiro chamou São João
Lhe disse sobressaltado:
Vá chamar Cícero Romão
Pra acalmar seu afilhado
Que só causa confusão.
Resmungando bem baixinho
Pra raiva poder conter
Falou para Santo Antônio:
Não posso compreender
Este padre não é santo
O que aqui veio fazer?!
Disse Antônio: fale baixo
De José é convidado
Ele aqui ganhou adeptos
Por ser um padre adorado
No Nordeste brasileiro
Onde é “santificado”.
Padre Cícero experiente
Recolheu-se ao aposento
Fingindo não saber nada
Um plano traçava atento
Pra salvar seu afilhado
Daquele acontecimento.
Logo João bateu na porta
Lhe transmitindo o recado
Cícero disse: vá na frente
Fique despreocupado
Diga a Pedro que se acalme
Isso já será sanado.
Alguns minutos o padre
Com uma Bíblia na mão
Ao ver Pedro lhe indagou:
O que há para aflição?
Quem lá fora tenta entrar
E também um ser cristão.
São Pedro disse: absurdo
Que terminou de falar
Mas Cícero foi taxativo:
Vim a confusão sanar
Só escute o réu primeiro
Antes de você julgar.
Não precisa ele entrar
Nesta sagrada mansão
O receba na guarita
Onde fica a guarnição
Com certeza há muitos anos
Nos busca aproximação.
Vou abrir esta exceção
Falou Pedro insatisfeito
O nosso reino sagrado
Merece muito respeito
Virou-se para São Paulo:
Vá buscar este sujeito.
Lampião tirou o chapéu
Descalço também ficou
Avistando o seu padrinho
Aos seus pés se ajoelhou
O encontro foi marcante
De emoção Pedro chorou
Ao ver Pedro transformado
Levantou-se e foi dizendo:
Sou um homem injustiçado
E por isso estou sofrendo
Circula em torno de mim
Só mesmo o lado ruim
Como herói não estão me vendo.
Sou o Capitão Virgulino
Guerrilheiro do sertão
Defendi o nordestino
Da mais terrível aflição
Por culpa duma polícia
Que promovia malícia
Extorquindo o cidadão.
Por um cruel fazendeiro
Foi meu pai assassinado
Tomaram dele o dinheiro
De duro serviço honrado
Ao vingar a sua morte
O destino em má sorte
Da “lei” me fez um soldado.
Mas o que devo a visita
Pedro fez indagação
Lampião sem bater vista:
Vê padim Ciço Romão
Pra antes do ano novo
Mandar chuva pro meu povo
Você só manda trovão
Pedro disse: é malcriado
Nem o diabo lhe aceitou
Saia já seu excomungado
Sua hora já esgotou
Volte lá pro seu Nordeste
Que só o cabra da peste
Com você se acostumou.
FIM
Autor: Guaipuan Vieira
Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas
Idioma: Português
Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel
1ª Edição: 1997 8ª Edição: 2005
Gravação: 2005 Repentistas: Antônio Jocélio e Zé Vicente
A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU
Autor: Guaipuan Vieira
Foi numa Semana Santa
Tava o céu em oração
São Pedro estava na porta
Refazendo anotação
Daqueles santos faltosos
Quando chegou Lampião.
Pedro pulou da cadeira
Do susto que recebeu
Puxou as cordas do sino
Bem forte nele bateu
Uma legião de santos
Ao seu lado apareceu.
São Jorge chegou na frente
Com sua lança afiada
Lampião baixou os óculos
Vendo aquilo deu risada
Pedro disse: Jorge expulse
Ele da santa morada.
E tocou Jorge a corneta
Chamando sua guarnição
Numa corrente de força
Cada santo em oração
Pra que o santo Pai Celeste
Não ouvisse a confusão.
O pilotão apressado
Ligeiro marcou presença
Pedro disse a Lampião:
Eu lhe peço com licença
Saia já da porta santa
Ou haverá desavença.
Lampião lhe respondeu:
Mas que santo é o senhor?
Não aprendeu com Jesus
Excluir ódio e rancor?...
Trago paz nesta missão
Não precisa ter temor.
Disse Pedro isso é blasfêmia
É bastante astucioso
Pistoleiro e cangaceiro
Esse povo é impiedoso
Não ganharão o perdão
Do santo Pai Poderoso
Inda mais tem sua má fama
Vez por outra comentada
Quando há um julgamento
Duma alma tão penada
Porque fora violenta
Em sua vida é baseada.
- Sei que sou um pecador
O meu erro reconheço
Mas eu vivo injustiçado
Um julgamento eu mereço
Pra sanar as injustiças
Que só me causam tropeço.
Mas isso não faz sentido
Falou São Pedro irritado
Por uma tribuna livre
Você aqui foi julgado
E o nosso Onipotente
Deu seu caso encerrado.
- Como fazem julgamento
Sem o réu estar presente?
Sem ouvir sua defesa?
Isso é muito deprimente
Você Pedro está mentindo
Disso nunca esteve ausente.
Sobre o batente da porta
Pedro bateu seu cajado
De raiva deu um suspiro
E falou muito exaltado:
Te excomungo Virgulino
Cangaceiro endiabrado.
Houve um grande rebuliço
Naquele exato momento
São Jorge e seus guerreiros
Cada qual mais violento
Gritaram pega o jagunço
Ele aqui não tem talento.
Lampião vendo o afronto
Naquela santa morada
Disse: Deus não está sabendo
Do que há na santarada
Bateu mão no velho rifle
Deu pra cima uma rajada.
O pipocado de bala
Vomitado pelo cano
Clareou toda a fachada
Do reino do Soberano
A guarnição assombrada
Fez Pedro mudar de plano.
Em um quarto bem acústico
Nosso Senhor repousava
O silêncio era profundo
Que nada estranho notava
Sem dúvida o Pai Celeste
Um cansaço demonstrava.
Pedro já desesperado
Ligeiro chamou São João
Lhe disse sobressaltado:
Vá chamar Cícero Romão
Pra acalmar seu afilhado
Que só causa confusão.
Resmungando bem baixinho
Pra raiva poder conter
Falou para Santo Antônio:
Não posso compreender
Este padre não é santo
O que aqui veio fazer?!
Disse Antônio: fale baixo
De José é convidado
Ele aqui ganhou adeptos
Por ser um padre adorado
No Nordeste brasileiro
Onde é “santificado”.
Padre Cícero experiente
Recolheu-se ao aposento
Fingindo não saber nada
Um plano traçava atento
Pra salvar seu afilhado
Daquele acontecimento.
Logo João bateu na porta
Lhe transmitindo o recado
Cícero disse: vá na frente
Fique despreocupado
Diga a Pedro que se acalme
Isso já será sanado.
Alguns minutos o padre
Com uma Bíblia na mão
Ao ver Pedro lhe indagou:
O que há para aflição?
Quem lá fora tenta entrar
E também um ser cristão.
São Pedro disse: absurdo
Que terminou de falar
Mas Cícero foi taxativo:
Vim a confusão sanar
Só escute o réu primeiro
Antes de você julgar.
Não precisa ele entrar
Nesta sagrada mansão
O receba na guarita
Onde fica a guarnição
Com certeza há muitos anos
Nos busca aproximação.
Vou abrir esta exceção
Falou Pedro insatisfeito
O nosso reino sagrado
Merece muito respeito
Virou-se para São Paulo:
Vá buscar este sujeito.
Lampião tirou o chapéu
Descalço também ficou
Avistando o seu padrinho
Aos seus pés se ajoelhou
O encontro foi marcante
De emoção Pedro chorou
Ao ver Pedro transformado
Levantou-se e foi dizendo:
Sou um homem injustiçado
E por isso estou sofrendo
Circula em torno de mim
Só mesmo o lado ruim
Como herói não estão me vendo.
Sou o Capitão Virgulino
Guerrilheiro do sertão
Defendi o nordestino
Da mais terrível aflição
Por culpa duma polícia
Que promovia malícia
Extorquindo o cidadão.
Por um cruel fazendeiro
Foi meu pai assassinado
Tomaram dele o dinheiro
De duro serviço honrado
Ao vingar a sua morte
O destino em má sorte
Da “lei” me fez um soldado.
Mas o que devo a visita
Pedro fez indagação
Lampião sem bater vista:
Vê padim Ciço Romão
Pra antes do ano novo
Mandar chuva pro meu povo
Você só manda trovão
Pedro disse: é malcriado
Nem o diabo lhe aceitou
Saia já seu excomungado
Sua hora já esgotou
Volte lá pro seu Nordeste
Que só o cabra da peste
Com você se acostumou.
FIM
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Cordelista Aurineide: A CARTA DO PISTOLEIRO MAINHA À SOCIEDADE
Cordelista Aurineide: A CARTA DO PISTOLEIRO MAINHA À SOCIEDADE: Título: A Carta do Pistoleiro Mainha à Sociedade Autor: Guaipuan Vieira Categoria: Literatura de Cordel - 29 estrofes – 8 páginas Idioma:...
A CARTA DO PISTOLEIRO MAINHA À SOCIEDADE
Título: A Carta do Pistoleiro Mainha à Sociedade
Autor: Guaipuan Vieira
Categoria: Literatura de Cordel - 29 estrofes – 8 páginas
Idioma: Português
Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel
1ª Edição: 1998 2ª Edição: 1998 /3ª edição:1999
Gravação:
Estilo: Carta
A CARTA DO PISTOLEIRO MAINHA À SOCIEDADE
Autor: Guaipuan Vieira
Eu escrevi um folheto
De grande repercussão
A respeito de Mainha
E sobre a sua prisão
Cujo folheto atingiu
A sua quinta edição.
Por causa disso Mainha
Me mandou uma mensagem
E nela naturalmente
Salvaguarda sua imagem
Dizendo que não é rico
A custa de pistolagem.
Eu recebi a mensagem
Enviada por Mainha
E garanto aos meus leitores
Que não é invenção minha
Porque eu sou um poeta
Que nunca fugiu da linha.
O recado que transcrevo
Só mudei mesmo o estilo
Pois eu transformei em versos
Sem guardar nenhum sigilo
Transcrevo o que me foi dito
Portanto eu fico tranquilo.
Ao tomar conhecimento
Do que andei escrevendo
O detento com razão
Escreveu se defendendo
Me enviando a mensagem
Que assim começo dizendo:
-"As duas grandes famílias
Com muito orgulho pertenço
Aos Maias pelo meu pai
Que sempre teve bom senso
Da mamãe herdei Diógenes
Que tem um padrão imenso.
Muitos pensam que eu sou
Um terrível pistoleiro
Um sujeito endiabrado
Perverso e arruaceiro
Pensam que eu sou também
Um filho de cangaceiro.
A mente do nosso povo
Muitas vezes é enganada
Com especialidade
Quando é mal informada
E a vítima com as notícias
É a mais prejudicada.
Eu nunca fui pistoleiro
A todos posso provar
Se matei foi por vingança
Assunto particular
Pistoleiro que eu saiba
É pago para matar.
Se eu fosse perigoso
Não teria sido preso
Pois cabra desta maneira
Tem o olhar bem aceso
Tem ouvidos de tiú
Ninguém o pega indefeso.
O bandido perigoso
de tudo está informado
Pra isto paga coiteiro
Anda muito bem armado
Nunca é preso sempre é morto
Dentro dum fogo cruzado.
Na noite em qu'eu fui preso
Pelo senhor delegado
Não reagi à prisão
Nem também estava armado
E é a pura verdade
Conforme foi constatado.
Mesmo assim a própria imprensa
Que na minha casa andou
Pesquisando a minha vida
de tudo se inteirou
Porém me deram uma fama
Que só me prejudicou.
O bandido foragido
Muda a sua identidade
Abandona a sua terra
Parte pra outra cidade
Mesmo assim vive escondido
Garantindo a liberdade.
Com então sou foragido
Se tenho a minha morada
Nela vivo com meus filhos
E minha mulher amada
Que vive sempre com medo
De eu morrer numa cilada.
Eu vivo a minha vida
De vaqueiro e agricultor
Derrubando o gado bravo
No sertão abrasador
Na fazenda de Diógenes
O meu "pai" meu protetor.
Pois seu Chiquinho Diógenes
Gostava de viajar
Para ver Exposições
Do gado bem exemplar
E quando comprava alguns
Eu sempre ia buscar.
Esta é a tal razão
De a polícia vir dizer
Que eu era um foragido
Por muitos crimes dever
Coisa que não é verdade
Todos vocês podem crer.
O crime que pratiquei
Já está esclarecido
Se matei foi por vingança
Não estou arrependido
Só dei fim no assassino
Que matou meu "pai"querido.
Pois Chiquinho para mim
Era um verdadeiro pai
Hoje quando penso nele
Meu coração se contrai
E o seu assassinato
Da cabeça não me sai.
Então digo pros senhores:
Cada uma traz uma sina
Uma que dá alegria
E outra que se arruína
Tudo depende da sorte
É ela quem determina.
Mesmo um homem sendo bom
Muitas vezes é vitimado
Pra expiar seus pecados
Carrega um fardo pesado
É um bode expiatório
Ou um desafortunado.
Pra carregar este fardo
O destino me escolheu
Como prova uma campanha
Que um grupo promoveu
Me jogou contra o povo
E só fui eu quem perdeu.
Eu perdi pelo seguinte:
Hoje tenho uma má fama
Ninguém acredita em mim
Todo mundo me difama
E querem me afogar
Num oceano de lama.
Já falei aqui do crime
Que pratiquei por vingança
Por ele estou amargando
Numa cela em segurança
Esperando a liberdade
Porque tenho confiança.
Quero voltar ao convívio
Da minha santa morada
Para rever os meus filhos
E minha mulher amada
Que certamente está triste
E chorando inconformada.
Pistoleiro perigoso
É o chefe da Nação
Que mata de fome e à bala
Parte da população
Ele é quem devia estar
Sofrendo numa prisão.
Sou um bode expiatório
Por um grupo fabricado
Que talvez este é quem seja
O bandido procurado
Que sempre vive julgando
E nunca quer ser julgado.
-Termino assim a mensagem
Enviada por Mainha
Repito o que disse antes:
Que não é invenção minha
Todos sabem que eu sou
Um cordelista de linha.
Fim
Autor: Guaipuan Vieira
Categoria: Literatura de Cordel - 29 estrofes – 8 páginas
Idioma: Português
Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel
1ª Edição: 1998 2ª Edição: 1998 /3ª edição:1999
Gravação:
Estilo: Carta
A CARTA DO PISTOLEIRO MAINHA À SOCIEDADE
Autor: Guaipuan Vieira
Eu escrevi um folheto
De grande repercussão
A respeito de Mainha
E sobre a sua prisão
Cujo folheto atingiu
A sua quinta edição.
Por causa disso Mainha
Me mandou uma mensagem
E nela naturalmente
Salvaguarda sua imagem
Dizendo que não é rico
A custa de pistolagem.
Eu recebi a mensagem
Enviada por Mainha
E garanto aos meus leitores
Que não é invenção minha
Porque eu sou um poeta
Que nunca fugiu da linha.
O recado que transcrevo
Só mudei mesmo o estilo
Pois eu transformei em versos
Sem guardar nenhum sigilo
Transcrevo o que me foi dito
Portanto eu fico tranquilo.
Ao tomar conhecimento
Do que andei escrevendo
O detento com razão
Escreveu se defendendo
Me enviando a mensagem
Que assim começo dizendo:
-"As duas grandes famílias
Com muito orgulho pertenço
Aos Maias pelo meu pai
Que sempre teve bom senso
Da mamãe herdei Diógenes
Que tem um padrão imenso.
Muitos pensam que eu sou
Um terrível pistoleiro
Um sujeito endiabrado
Perverso e arruaceiro
Pensam que eu sou também
Um filho de cangaceiro.
A mente do nosso povo
Muitas vezes é enganada
Com especialidade
Quando é mal informada
E a vítima com as notícias
É a mais prejudicada.
Eu nunca fui pistoleiro
A todos posso provar
Se matei foi por vingança
Assunto particular
Pistoleiro que eu saiba
É pago para matar.
Se eu fosse perigoso
Não teria sido preso
Pois cabra desta maneira
Tem o olhar bem aceso
Tem ouvidos de tiú
Ninguém o pega indefeso.
O bandido perigoso
de tudo está informado
Pra isto paga coiteiro
Anda muito bem armado
Nunca é preso sempre é morto
Dentro dum fogo cruzado.
Na noite em qu'eu fui preso
Pelo senhor delegado
Não reagi à prisão
Nem também estava armado
E é a pura verdade
Conforme foi constatado.
Mesmo assim a própria imprensa
Que na minha casa andou
Pesquisando a minha vida
de tudo se inteirou
Porém me deram uma fama
Que só me prejudicou.
O bandido foragido
Muda a sua identidade
Abandona a sua terra
Parte pra outra cidade
Mesmo assim vive escondido
Garantindo a liberdade.
Com então sou foragido
Se tenho a minha morada
Nela vivo com meus filhos
E minha mulher amada
Que vive sempre com medo
De eu morrer numa cilada.
Eu vivo a minha vida
De vaqueiro e agricultor
Derrubando o gado bravo
No sertão abrasador
Na fazenda de Diógenes
O meu "pai" meu protetor.
Pois seu Chiquinho Diógenes
Gostava de viajar
Para ver Exposições
Do gado bem exemplar
E quando comprava alguns
Eu sempre ia buscar.
Esta é a tal razão
De a polícia vir dizer
Que eu era um foragido
Por muitos crimes dever
Coisa que não é verdade
Todos vocês podem crer.
O crime que pratiquei
Já está esclarecido
Se matei foi por vingança
Não estou arrependido
Só dei fim no assassino
Que matou meu "pai"querido.
Pois Chiquinho para mim
Era um verdadeiro pai
Hoje quando penso nele
Meu coração se contrai
E o seu assassinato
Da cabeça não me sai.
Então digo pros senhores:
Cada uma traz uma sina
Uma que dá alegria
E outra que se arruína
Tudo depende da sorte
É ela quem determina.
Mesmo um homem sendo bom
Muitas vezes é vitimado
Pra expiar seus pecados
Carrega um fardo pesado
É um bode expiatório
Ou um desafortunado.
Pra carregar este fardo
O destino me escolheu
Como prova uma campanha
Que um grupo promoveu
Me jogou contra o povo
E só fui eu quem perdeu.
Eu perdi pelo seguinte:
Hoje tenho uma má fama
Ninguém acredita em mim
Todo mundo me difama
E querem me afogar
Num oceano de lama.
Já falei aqui do crime
Que pratiquei por vingança
Por ele estou amargando
Numa cela em segurança
Esperando a liberdade
Porque tenho confiança.
Quero voltar ao convívio
Da minha santa morada
Para rever os meus filhos
E minha mulher amada
Que certamente está triste
E chorando inconformada.
Pistoleiro perigoso
É o chefe da Nação
Que mata de fome e à bala
Parte da população
Ele é quem devia estar
Sofrendo numa prisão.
Sou um bode expiatório
Por um grupo fabricado
Que talvez este é quem seja
O bandido procurado
Que sempre vive julgando
E nunca quer ser julgado.
-Termino assim a mensagem
Enviada por Mainha
Repito o que disse antes:
Que não é invenção minha
Todos sabem que eu sou
Um cordelista de linha.
Fim
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Cordelista Aurineide: PUBLICAÇÃO EM ANTOLOGIA
Cordelista Aurineide: PUBLICAÇÃO EM ANTOLOGIA: Galera! Mais uma conquista! Dois cordéis publicados na Antologia de Outono da Big Time Editora. Moreno ...
PUBLICAÇÃO EM ANTOLOGIA
Galera!
Mais uma conquista! Dois cordéis publicados na Antologia de Outono da Big Time
Editora.
Essa
história começou
Num
lugar longe daqui
Um
viralejo pequeno
De
nome Itamarati
E
escrevê-la em versos
A
um garoto eu prometi.
Lá
vivia um casal
Que
era muito feliz
Com
seus dois filhos pequenos
Foi
assim porque Deus quis
Então
veja atentamente
O
que a história diz.
(...)
(...)
Amor
e paz é seu lema
Luta
pra vencer na vida
Leva
os estudos a sério
Encara
qualquer partida
Então
eu fiz para ele
Xácara
muito divertida.
Honestamente
te falo
Enquanto
versos eu encerro
Não
eduque o seu filho
Rigorosamente
aos berros
Isso
prejudica tanto
Que o coração vira ferro.
Autora:
Aurineide Alencar
Sem
limites
Tem
aluno que nem pensa
Vir
à escola estudar
No
dia que ele vem
É
mesmo pra bagunçar
Quer
ver o fogo pegar.
Ele
fala tanto nome
São
palavras obscenas
Na
classe sempre quer ser
Protagonista
da cena
Pra
uns ele é o máximo
Mas
pra outros causa pena.
Tem
uns que são revoltados
Chega
causar até dó
Quando
escuta o colega
Da
venta lhe sai um pó
Fica
brabo como um tigre
Parece
até catimbó.
(...)
(...)
Aqui fiz este lamento
Uma angústia entalada
Rascunho de uma vida
Infelizmente frustrada
Numa profissão que antes
Era bem valorizada
Isso hoje é um terror
Depois de ser professor
Estou tão desamparada.
Autora:
Aurineide Alencar.
Adquiram os livros da Big Time Editora e leiam os cordéis do começo ao fim , como também as obras dos outros autores.
Adquiram os livros da Big Time Editora e leiam os cordéis do começo ao fim , como também as obras dos outros autores.
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