sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Cordelista Aurineide: ENCERRANDO O "OUTUBRO ROSA" COM CHAVE DE OURO! Ani...

Cordelista Aurineide: ENCERRANDO O "OUTUBRO ROSA" COM CHAVE DE OURO! Ani...: Desafio: Óxente & Tchê no “Outubro Rosa” Óxente Eu convido à amiga A ter um dedo de prosa Mas aviso de antemão Que fico m...

ENCERRANDO O "OUTUBRO ROSA" COM CHAVE DE OURO! Animada para fazer o tratamento.

Desafio: Óxente & Tchê no “Outubro Rosa”

Óxente

Eu convido à amiga
A ter um dedo de prosa
Mas aviso de antemão
Que fico meio ansiosa
Ao falar dessa asneira
O tal do “Outubro Rosa”!

Tchê

Pois eu digo minha amiga
Que não é nenhuma asneira
É uma campanha bendita
Muito séria e verdadeira
Você que vem dando o contra
Querendo falar besteira!

Óxente

Isso para mim não passa
De mais uma invenção
Para tentar iludir
Nossa sofrida nação
Que se conforma com pouco
Não é de revolução!

Tchê

Esta campanha não ilude
Pelo contrário, esclarece.
Quando a doença acomete
Não basta promessa e prece
Vendo todo mundo unido
O doente fortalece!

Óxente

Ao chegar num hospital
E ver a equipe completa
Com seu uniforme rosa
Tu fiques muito esperta
Porque a sala de espera
De doente está repleta!

Tchê

Se a sala está repleta
É porque surgiu efeito
Esta campanha bonita
Cada um faz de seu jeito
Ao falar do “Outubro Rosa”
Sinto grande nó no peito!

Óxente

O comércio é quem lucra
Com essa grande besteira
Mais uma data criada
Pra vender suas asneiras
Pois é tão fácil enganar
Essa nação brasileira!

Tchê

Óxente vê se te avie
Tens a cabeça embotada?
Onde se viu falar mal
De campanha articulada
Que faz a sociedade
Sentir-se nela engajada?
  
Óxente

Tu deves é ter dinheiro
Para poder se tratar
Ou se não morres a míngua
Numa fila a esperar
Se essa prevenção existe
Deve ser particular!

Tchê

Dinheiro eu nunca tive
Não me falta é consciência
Quando vejo o problema
Já vou tomando ciência
Boto a boca no trombone
Mostro minha competência!
  
Óxente

Ao fazer teu preventivo
Sendo na fila do SUS
Espere só por um médico
Com o nome de Jesus
Porque tu morres e não sabe
A doença que conduz!

Tchê

O preventivo é um direito
Toda mulher vai e faz
Não é nenhum benefício
Não passa ninguém pra traz
“Outubro Rosa” é reflexo
Que a bela campanha traz!

Óxente

Esse tal de “Outubro Rosa”
É coisa pra inglês vê
Pobre descobre a doença
Já na ânsia de morrer
Pra conseguir uma consulta
São dois anos, podes crer!

Tchê

Desfazer o “Outubro Rosa”
Faz parte da ignorância
Pra quem vem lá do sertão
Não sabe o que é discrepância
A campanha educativa
Faz parte da vigilância!

Óxente

Tu não vais me convencer
Com essa conversa fiada
Eu digo sempre e repito
Isso é coisa organizada
Deve ter alguém por trás
Recebendo uma bolada!

Tchê

Que é coisa organizada
Eu disto tenho certeza
Por isso já faço parte
Mostrando minha esperteza
Salvando muitas mulheres
Que nasceram na pobreza!

Óxente

Tem médico que nem olha
Pra cara do paciente
Diz que ele não tem nada
Mesmo já estando doente
O coitado volta pra casa
“Capiongo” e carente!

Tchê

Eu não te tiro a razão
O sistema às vezes, falha
Este mal é grande incêndio
Não é só fogo de palha
Batendo na mesma tecla
Tu pareces uma gralha!

Óxente

Eu acho que tu estás
Com esse povo “acoloiada”
Pra defendê-lo assim
Ou foste hipnotizada
Ninguém de tua família
Não foi ainda enganada?

Tchê

Como dizem os gaúchos
Nunca estive “acuierada”
Mas também não sou avestruz
Com a cabeça enterrada
A família reivindica
Pois é gente mui letrada!
  
Óxente

Eu digo isso e confirmo
Porque na pele senti
Já fui tachada de doida
No dia em que eu decidi
Ir ao médico e dizer
Tudo aquilo que senti!

Tchê

Pois doida mesmo já és
Por discutir este assunto
Quando existe uma campanha
Nós temos que estar junto
Se ninguém se preocupar
Nós vamos virar defunto!

Óxente

Eu só não sei por que tu
Defende tanto esse povo
Eu já disse e se preciso
Repito tudo de novo
Minha família sofreu
Tanto o velho quanto o novo!

Tchê

Esta teimosia é burrice
Parece burro empacado
Lá no Hospital do Câncer
Todo mundo é bem tratado
Não é história ou lorota
O fato está comprovado!

Óxente

Pode ir convencer outro
Com esse teu blá- blá- blá
Conversa pra boi dormir
Que quer o outro enganar
Eu só acredito é vendo
Não de ouvir falar!
  
Tchê

Eu não defendo ninguém
Só tenho os olhos abertos
Quando quero tirar teima
Vou ver o caso de perto
Não fico inventando moda
Se for errado eu concerto!

Óxente

Eu fui criada na roça
Nas trincheiras do Brasil
O meu saber vem de longe
O teu, nem sei se existiu
Acreditas nessas coisas
Que diz qualquer imbecil!
  
Tchê

Eu também vim lá da roça
Disto sinto muito orgulho
Enfrentei duras veredas
Com pedras e pedregulho
Por isso só quero o meu
Não concordo com esbulho!

Óxente

Para mim isso não passa
De histórias da carochinha
Tu defendes tua ideia
E eu defendo a minha
Deixe que o povo diga
A que melhor lhe convinha!

Tchê

Pois vá lá ver e confirme
Não tampe sol com peneira
Não adianta ser contra
Ficar falando besteira
Vá ser uma voluntária
Bote a mão na ratoeira!

Óxente

Essa prosa já foi longe
Vamos parar por aqui
O público está cansado
Já não quer mais nos ouvir
Tem gente que está chorando
Quando devia sorrir!

Tchê

Chorar faz parte da vida
Eu choro em versos e prosa
Tu queres fugir da raia
Como jumenta teimosa
Tu te negas a aceitar
O glamour do “Outubro Rosa”!

Óxente & Tchê

E juntas nos desculpamos
Pelo modo de falar
Este desafio é alerta
E leva o povo a pensar
De todos “Outubro Rosa”
Devemos participar!

Autoras: Aurineide Alencar (Óxente)

       Odila Schwingel Lange (Tchê)


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Cordelista Aurineide: LANÇAMENTO DA DUPLA: ÒXENTE & TCHÊ.

Cordelista Aurineide: LANÇAMENTO DA DUPLA: ÒXENTE & TCHÊ.: Fronteiras diferentes Tchê Boa noite minha gente Venho aqui desafiar Quem de vocês se atreve A vir comigo trovar Desde já v...

LANÇAMENTO DA DUPLA: ÒXENTE & TCHÊ.

Fronteiras diferentes

Tchê

Boa noite minha gente
Venho aqui desafiar
Quem de vocês se atreve
A vir comigo trovar
Desde já vou avisando
Quem vier vai apanhar!

Óxente

E eu respondo ligeiro
Essa pergunta a você
Que topo desafiar
Para todo mundo ver
Dessa dupla que formamos
Óxente é melhor que Tchê!

Tchê

Eu venho do Rio Grande
Não tenho papas na língua
Quando faço desafio
Eu mato o outro à míngua
Vir falando mal de mim
Incomoda mais que íngua!

Óxente

Pois eu vim da Paraíba
Um estado do Nordeste
Fui criada no sertão
Nas veredas do Agreste
Não tenho medo de íngua
Nem de fome, nem de peste!

Tchê

Paraíba masculina
“Mulher macho”, sim senhor!
Teu jardim só tinha cactos
No meu, milhares de flor
Tu só andavas de jegue
Eu já nasci num trator!

Óxente

Só que de cima do jegue
Eu percorro o Brasil
O cacto que me alimenta
Tem utilidades mil
Tua flor só tem beleza
Valor algum ninguém viu!

Tchê

Não adianta cara feia
Falo sério e não mango
Tu danças “xote” e baião
Eu danço valsa e tango
Nasci comendo churrasco
E tu um magro calango!

Óxente

Na dança eu não me canso
Vou até raiar o dia
Com os passos do forró
Que o mundo contagia
Quem come tanta gordura
Não sente dessa alegria!

Tchê

Tu tens a cabeça chata
Como boa cabra da peste
Fugindo da triste seca
Chegou ao Centro- Oeste
Pois lá morria de fome
Não tem bóia no Nordeste!

Óxente

São as cabeças chatas
Que tem mais inteligência
E mostra para o Brasil
Com bastante paciência
Sua gente não tem cultura
Religião, nem ciência!

Tchê

Não invente “converseira”
Tenha vergonha na cara
Se me ofender desse jeito
Dou-te uma surra de vara
Enquanto eu vim de avião
Tu “veio” de pau de arara!

Óxente

Com esse povo molenga
Que anda de avião
Eu nem penso em entrar
Com ele em discussão
Porque para mim não passa
De um bando de cagão!

Tchê

Tu “veio” para este mundo
Só pra chorar a desdita
Tua mãe sai mendigando
Um bom leite de cabrita
Nasci com roupa de seda
E tu vestido de chita!

Óxente

Com meu vestido de chita
Eu virei mulher rendeira
Faço o belo que não tem
A tua seda estrangeira
Somos de Terras distantes
De diferentes fronteiras!

Tchê

É verdade, tu disseste
Somos mesmo de outro chão
Vim para cá porque quis
Lá nunca me faltou pão
Tu vieste de pau de arara
Enquanto eu de avião!

Óxente

Hoje já falaste isso
Mas faço questão de lembrar
Quem anda de pau de arara
Tem força pra trabalhar
Não é como esses “froxos”
Vivem em roda a fofocar!

Tchê

Não fale de minha gente
E nem de minha cultura
Eu fui criada no campo
A vida também foi dura
A sobremesa era compota
E a tua só rapadura!

Óxente

Falo mal de tua cultura
Porque tu falas da minha
Adquiri forças nas pernas
Da rapadura e a farinha
Tua sobremesa mole
“Te deixou” muito fraquinha!

Tchê

A diferença é bem grande
Pois tu só falas besteira
Fui sim criada no campo
Sou esperta e matreira
Mas teu pai morreu bebendo
E tua mãe de caganeira!

Óxente

Teu pai se embriaga em vinho
E o meu bebe cachaça
A bebida brasileira
Mais conhecida da praça
Onde tu foste criada
A cerveja que é desgraça!
  
Tchê

Neste último verso eu digo
Comigo não há quem pode
Fui criada na fartura
Tomava leite com “tody”
Comi do bom e melhor
E tu buchada de bode!

Óxente

Tu estás mesmo é com medo
Por isso já quer parar
Eu tive leite de cabra
Para me alimentar
Não sou fraca como tu
Que vive de capengar!


Tchê

Se for para ofender
Eu avanço como touro
Ando por todo o Brasil
Galopando no meu mouro
Teu pai não tinha nem dente
 E o meu dente de ouro!

Óxente

Hoje nosso objetivo
Fazendo essa brincadeira
É mostrar que na cultura
O Brasil não tem fronteira
A dupla Óxente & Tchê
É a prova verdadeira!

Óxente & Tchê
Se alguém sentiu-se ofendido
Queremos pedir perdão
Aqui não tem preconceito
Isto é simples diversão
Nós somos irmãs de crença
De alma e de coração!

Literatura de cordel: Desafio.
Autoras:
Aurineide Alencar (Óxente)
Odila Schwingel Lange (Tchê)

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Cordelista Aurineide: OFEREÇO AOS MILHARES DE PROFESSORES E PROFESSORAS ...

Cordelista Aurineide: OFEREÇO AOS MILHARES DE PROFESSORES E PROFESSORAS ...: Mote: assim é um professor Após vinte e cinco anos. Cabelo fica espalhado Devido ao seu nervosismo E não tendo egoísmo Dá dica...

OFEREÇO AOS MILHARES DE PROFESSORES E PROFESSORAS DO BRASIL QUE ASSIM COMO EU, ABRIRAM MÃO DE SUA PRÓPRIA VIDA, DE CUIDAR DO SEU FILHO PARA ENSINAR AOS FILHOS DE OUTRAS PESSOAS! E SABEM O QUE MAIS? EU FARIA TUDO NOVAMENTE, APESAR DO DESCASO QUE O PAÍS TEM PARA COM PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS.

Mote: assim é um professor
Após vinte e cinco anos.

Cabelo fica espalhado
Devido ao seu nervosismo
E não tendo egoísmo
Dá dica ao recém-formado
Nunca quer ficar parado
Apesar dos desenganos
Segue a lei dos soberanos
Seja ela como for
Assim é um professor
Após vinte e cinco anos.

Dificulta a visão
Por decifrar má escrita
Quem vê jamais acredita
O que causa a profissão
Em alguns dá depressão
Muda todos os seus planos
Pensa ter sido enganos
Às vezes sente até dor
Assim é um professor
Após vinte e cinco e anos.

Adquire má postura
De tanto ficar curvado
Por muitas horas parado
Corrigindo com amargura
Os erros que lhe fissura
Até se forem dos manos
Aos alunos não quer danos
Diz isso a todo vapor
Assim é um professor
Após vinte e cinco anos.

Úlcera tem certamente
Por sempre se reprimir
Não ter com quem dividir
Tudo o que está na mente
A meninada até sente
Não são problemas urbanos
Afeta quaisquer fulanos
Desde que tenha temor
Assim é um professor
Após vinte e cinco anos.

Tem as rugas permanentes
De seus sorrisos forçados
Aos pais dos matriculados
Que estão constantemente
Não quer ser indiferente
Com estes seres humanos
Conhecidos ou beltranos
A todos trata com amor
Assim é um professor
Após vinte e cinco anos.

De tanto ouvir gritaria
Dificulta a audição
Surge doença na mão
E um pouco de alergia
Quem vê sente agonia
Atravessa oceanos
Para vir tocar pianos
E melhorar seu humor
Assim é um professor
Após vinte e cinco anos.

Roupa e sapato surrado
Por falta de investimentos
Graças a seus vencimentos
Sempre vivendo apertado
Por salário inadequado
Deveria andar nos panos
Pois eles não são mundanos
Mas sim de muito valor
Assim é um professor
Após vinte e cinco anos.

Não viu seu filho crescer
Por está sempre ocupado
Almoçava apressado
Pois tempo não vinha a ter
E hoje sem merecer
Aparecem “soberbanos”
Empurra-lhes pra os canos
Diz que é um ditador
Assim é um professor
Após vinte e cinco anos.


Autora: Aurineide Alencar.